Gestora “hands-on” tem US$ 100 milhões para ser o primeiro cheque institucional das startups.

A nossa tese é ser o primeiro cheque para a startup e ainda mais hands-on como investidoras, por isso um fundo maior que nos permita liderar rodadas”, disse Saggioro ao Pipeline. “Somos agnósticas em setores. Buscamos os melhores empreendedores, obcecados, e ajudamos em três frentes principais: talentos, go to market, dando tração comercial e atraindo clientes, e fundraising, construindo cap table estratégico.
Boa parte do fundo foi levantada com investidores do primeiro veículo – as sócias não abrem o retorno, mas afirmam que o fundo teve duas vezes o múltiplo de capital (MOIC) de benchmarks e peers internacionais. “É um ponto bem importante para gente se posicionar na proposta de valor para os fundadores e também na performance para os investidores”, diz Saggioro. Entre os novos cotistas estão fundos de fundos, family offices e também empreendedores latino-americanos, americanos e europeus.
A gestora começou a conversar com investidores antes do azedume no mercado de tecnologia em bolsa, que acabou se refletindo no ritmo do mercado privado. “Vemos muita oportunidade para a Maya nesse cenário. Há muito talento na América Latina, daqueles que reconhecem que empreender não é uma brincadeira de dois ou três anos, mas uma trajetória de longo prazo”, diz Lemann. “E com crise ou não, há sempre problemas a serem resolvidos.” Mais do que cheque, a Maya investe tempo e aciona suas conexões para ajudar a alavancar um negócio – pode ser apresentando um potencial cliente para a startup, um novo investidor, o próximo CFO. Segundo Lemann, foram mais de 400 apresentações de talentos para empresas do portfólio – o mapeamento, triagem e conexões com esses profissionais foram feitos pela gestora, que também ajuda a checar as referências.
A Maya ajudou a conectar os fundadores da Merama, por exemplo, a consolidadora de marcas de ecommerce composta por empreendedores brasileiros, mexicano e americano. Na frente comercial, intermediou o contato da foodtech chilena NotCo com a Starbucks e da healthtech Nilo com a Intermédica, ambos resultando em parceria comercial. Também introduz as companhias do portfólio a outros investidores – uma série de apresentações à Tiger viraram investimento do fundo americano. “Buscamos posicionar a Maya para ser o fundo de preferência dos empreendedores. Tudo passa por aqui no que se refere a early stage, o que nos dá uma sensibilidade maior para cada transação, setor, uma visão de competição e de que deal a gente de fato quer participar”, diz Lemann.
Práticas da gestora na seleção de portfólio e suporte as empreendedores foram formalizadas em dois programas: o Female Force que, como o nome já diz, é voltado para mulheres empreendedoras (a Maya não reserva capita específico para fundadoras, mas tem 40% do portfólio formado por startups que têm mulheres entre os sócios principais), e o Matching Program, para quem quer empreender e ainda não encontrou um cofounder complementar.
A gestora investiu em 29 startups no primeiro fundo, de 12 stores diferentes em quatro países – Brasil, Colômbia, México e Chile. O fundo tem capital remanescente para rodadas subsequentes, mas não fará novas adições ao portfólio. Agora é com o fundo novo.